segunda-feira, 16 de maio de 2011

GOSTAR DO MUNDO

Ao aconselhar, durante a consulta, uma paciente a não fazer a laqueadura tubária (operação para não ter mais filhos), ela contra-argumentou que não era bom colocar mais gente neste mundo ruim, onde acontecem tragédias, acidentes e as pessoas também são más, roubam, mentem, são egoístas entre muitos outros defeitos. Ela demonstrou com isso, desiludida, que não gostava deste mundo, da humanidade e não haveria mais razão para existirmos.
Então, meditando ao fazer meus exercícios diários, procurei analisar esse pensamento e me questionei se este mundo e as pessoas são realmente ruins: Antes de tudo se acharmos que este mundo é ruim, estaríamos comparando-o a um outro mundo imaginário que seria bom ou pelo menos melhor.
Como seria, então esse outro mundo? Sem egoísmo, problemas, violência, assassinatos, acidentes, mortes? A tradição religiosa nos diz que estamos a caminho dessa “Perfeição Absoluta”, sinônimo de Paraíso. Porém, poderíamos nos imaginar em um mundo, sentados numa nuvem (como os anjos), sem qualquer tipo de problemas para resolver? Seria possível esse tipo de vida?
Não consigo com a minha inteligência responder ou imaginar tal situação e prefiro portanto, apesar de não compreender essa “Perfeição Absoluta”, buscar radicalmente essa situação de perfeição que é sinônimo de amor, síntese, ajuntamento, cicatrização, associação, composição, aproximação, vida, luz, felicidade, enfim sinônimo do próprio Deus, pois observando o mundo sinto que prevalece e/ou predomina esse lado positivo associativo, ou seja, observo uma tendência constante ao ajuntamento de tudo apesar de haver também desagregações as quais seriam como desfazer algo mal feito para logo em seguida reconstruí-lo certo. Observando também a perfeição que isso tudo acontece no universo, com todos os seus astros, átomos, elementos, células, seres, etc., entendo que o nosso objetivo de vida e real felicidade seria e bastaria simplesmente existir em sintonia, promovendo e procurando, com todos os recursos, essa “Perfeição Absoluta” apesar da aparente imperfeição da nossa vida com seus múltiplos “defeitos” e seus “vai e vens” que também fazem parte da “Expressão Divina” dessa “Perfeição Absoluta”
Entendo que todo esse mal aparente: defeitos, egoísmo, conflitos, incisões, cortes, separações, mortes, decomposições juntamente com os seus opostos também fazem parte da “Bipolaridade Perfeita do Universo”, projetada e exercida por Deus e também por nós, exercício esse que consiste, como já citei acima, promover absolutamente o bem desfrutando extasiados, já e agora, essa também “Felicidade Absoluta” e esse gosto por este nosso mundo maravilhoso.

Gabriele Alessio
Email: alessio48@yahoo.com

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